Manuscrito III - Geraldo M. Bezerra de Menezes
“Mercê de Deus, não fraqueja
em minha fé no mistério;
é triste ver o que vejo:
alguém não levá-lo a sério.”
14/09/94
“Coragem!
Um marca-passo
no coração –
período escasso
de duração...”
“Não vejo o ‘enterro’ passar,
nem ouço o dobrar do sino...
Pergunto-me, ao despertar:
- Por que não morri menino?”
“É triste a doença moral,
reduz o homem e o aleija,
evitem, pois, este mal,
não cedam nunca à inveja.”
“Perdi o medo da morte,
tornei-a muito querida;
ouvi o meu São Francisco
- ‘a morte é a fonte da vida’.”
Anotações ao lado do poema “NETOS”:
“Eu sou o ‘velho’ Geraldo,
um pobre avô moribundo,
que vive uns anos de saldo,
perdido à tôa no mundo...”
Anotações ao lado do poema “As rosas do meu sítio”:
“Ao ver-me tão feliz naquele dia,
um pássaro pousou sobre o meu ombro;
unidas, a verdade e a fantasia,
enchendo-me de paz e de assombro.”
“Nadando
Eu vou com Deus, vou nadando,
nadando e sempre a sonhar;
eu vejo no alto do Céu,
os meus caminhos do mar.”
“Esta leitura que faço,
declaram mal inspirada:
no fundo, não vale nada,
apenas ocupa espaço.
Do povo, é boa a memória,
sorri, sorrindo à traça...
e sabe que, pobre ou grossa,
aos gênios, não rouba a glória.
Erraram, pois, o caminho,
jamais neguei meus heróis,
por todos, tenho carinho.
Por que deixá-los à míngua?
Aqui, desvendo faróis:
os grandes poetas da língua.”
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