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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Antimanual de economia

por Bernard Maris, 2004.

INTRODUÇÃO: é preciso rir dos economistas?

"Nós começamos a rir quando lembramo-nos das previsões dos economistas em 1914: a guerra não dura alguns meses, os Estados não tem recursos para mais tempo"
Paul Léautaud, Jornal, 27/01/1932

Devemos rir? Oh não! Eles são muito sérios! Tão sérios que "a economia, eu não a compreendo", admitido pela maioria das pessoas. "Eu não compreendo nada", frase que ouvimos constantemente quando confrontados a um problema econômico? Seguido imediatamente por: "de fato, a bolsa de ações... você acha que vai continuar a cair?"

Bem, vamos procurar compreender.

Que a economia seja muito complicada parece uma garantia de seriedade. E se os economistas se escondem atrás de um jargão? De que eles estão falando justamente? Os físicos debatem, entre outros, sobre a queda dos corpos e da expansão do universo, os químicos dos explosivos, os biólogos das mutações genéticas, dos OGM que eles fabricam, da clonagem e da aids... Mas e os economistas? Eles são tão diferentes dos sociólogos, dos psicólogos, dos filósofos? "E como, então!", exclamam, argumentando com os novos bairros da nobreza da sua disciplina, santificada por um prêmio Nobel. Na verdade, esse prêmio é oferecido pelo banco da Suécia em homenagem a Alfred Nobel e não é um prêmio verdadeiro, concedido pela Fundação Nobel. Mas isso não muda nada! Eles tem o Nobel (1). Os economistas - professores da universidade ou do Collège de France, os especialistas, analistas, os jornalistas econômicos que fazem suplementos econômicos - gostariam muito parecer com os físicos. Eles são verdadeiros sábios? Em todo caso, tratam-se de homens importantes, podemos perceber no momento das discussões sobre orçamento, de leis sobre o prolongamento do trabalho da população ativa ou redução dos impostos para alguns, sobre as eleições, sobre as greves, sobre as crises. Eles são mesmos cada vez mais influentes, se julgarmos pela explosão de suplementos econômicos. Mesmo um semanário como Charlie Hebdo tem uma página econômica.

(1) Mas é verdade que não existe qualquer prêmio Nobel em matemática, devido às obscuras razões de ciúme ou adultério, Alfred Nobel detestando um certo matemático celébre. 

Download do livro pelo site: http://digamo.free.fr/maris13.pdf, em 07 de janeiro de 2016, tradução livre.