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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Dialética da Escravidão

13 de maio.  No dia em que se comemora "A Lei Áurea", com a abolição da escravidão, comemora-se, também, um novo artigo do código oculto da burocracia brasileira: o esquecimento. A partir dessa lei, denunciando toda crueldade que nunca mais deveria mais existir em solo pátrio, "decidiram" pela destruição dos arquivos e dados oficiais sobre o comércio de escravos no Brasil.  Registro, ou documento, que era, por mais cruel que fosse, uma das únicas formas de conhecimento de pessoas que passaram, de mercadoria em esquecimentos. De pessoas visíveis em pessoas invisíveis. E, assim, perdeu-se o conhecimento, também (!), daqueles que enriqueceram sequestrando pessoas, torturando e matando em suas terras.  O senador Souza Dantas (1831-1894) falou em Reforma Agrária para indenizar os escravos. Anos antes (em 1850), quando proibiu-se a compra de escravos da África (comércio internacional), os grandes proprietários estimularam a criação da "Lei de Terras", maquiavelismo brasileiro revelado por José de Souza Martins: "se o trabalho for livre a terra deve ser cativa".

"Mas, embora, meus senhores
se festeje a Liberdade,
a gentil Fraternidade
não raiou de todo, não!... "

Cruz e Souza (1882)

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